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Mineração melhora em 2016, diz Metso

O presidente global da Metso para Mineração e Construção, João Ney Colagrossi, vê o setor mineral em momento delicado. O executivo evita o termo crise e diz que o grande desafio é lidar com preços menores e margens decrescentes. Nas previsões da empresa, recuperação somente a partir de 2016.

Mineração melhora em 2016, diz Metso

O motivo de otimismo, para um momento caracterizado como “sensível”, é a perspectiva de crescimento da Índia, que pode se situar entre 10% e 14%, e os investimentos mundiais em urbanização. “A China não atingiu ainda 50% de urbanização, a Índia não chegou a 20% e a África sequer começou”, diz Colagrossi que abriu hoje (23) o Seminário Internacional Metso em Belo Horizonte (MG).

A Metso se baseia em informações próprias e de consultorias para afirmar que a rentabilidade das mineradoras, importante mercado para a fabricante de equipamentos, é decrescente.

Com aumentos de custos considerados "brutais", a rentabilidade no setor caiu de 25%, em 2002, para 15%, em 2012, isso com uma produção duas vezes e meia maior. Segundo Colagrossi, o Ebitda, principal medida de geração de caixa, na mineração acompanhou o volume e se descolou da receita.

A demanda no mundo continua crescendo cerca de 7% ao ano, mas agora sobre uma base maior. “Não é um problema de demanda”, diz o executivo, para quem o setor de minério de ferro tem capacidade excedente, o que não é o caso de ouro ou cobre.

“Minas chinesas que produzem minério de ferro a 110 dólares estão fechando, o que impacta os nossos negócios, pois vendemos para eles”, afirma.

Essa situação deve se prolongar até o próximo ano, diz Colagrossi. Segundo ele, a partir de 2016, se inicia um ciclo de recuperação que vai se prolongar até 2020 e se caracterizar pelo foco das mineradoras em aumento de eficiência, em especial no uso de energia e água, e pelo custo crescente de equipamentos e peças.

“O opex [despesas operacionais] cresce 8,7% ao ano”, diz o executivo, em parte devido à “inflação geológica”, ou seja, o aumento nos custos de explotação de minérios com teores menores em áreas mais remotas.