A ameaça de substituição de produtos entrou pela primeira vez na lista dos maiores riscos enfrentados pelas empresas de mineração, segundo o relatório da EY que apresenta os dez maiores riscos de mineração no período 2013/2014.
No relatório anterior apresentado pela companhia, em 2012, esse risco nem havia sido citado. O maior fator que impulsionou o tema e fez aumentar a preocupação das companhias foi o aumento no uso de gás de xisto nos Estados Unidos, que vem substituindo o carvão mineral em grande escala, na indústria de energia.
Um dos principais fatores para essa mudança foi a queda do preço do gás. As empresas de energia norte-americanas estão reduzindo seus planos de despesa de capital para os próximos anos.
Além da pressão econômica, as empresas também estão sofrendo com pressão social quanto aos danos que o carvão mineral representa para o meio ambiente. Isso está fazendo com que as empresas busquem alternativas para o carvão.
A consultoria recomenda que esse risco seja mitigado pelo monitoramento de setores independentes mas associados aos principais mercados das mineradoras. A ameaça de substituição, uma das cinco forças descritas por Michael Porter nos anos oitenta, pode ser minimizada com o acompanhamento de mudanças regulatórias, tecnologias emergentes e comportamentos sensíveis a preços.
Outro exemplo apresentado pelo estudo é a substituição do aço pelo alumínio. Os Estados Unidos haviam desafiado a indústria automotiva a fabricarem carros mais leves para torná-los mais eficientes no uso do combustível. Isso motivou a indústria a substituir o aço por alumínio e ligas de magnésio.
O paládio também deverá ser substituído pela platina, devido ao alto preço e à volatilidade do paládio.
O cobre também está sendo fortemente substituído por alumínio, plástico, fibra óptica e aço, dependendo do uso. Segundo o estudo, essas substituições já reduziram a demanda pelo metal em 400 mil ou 500 mil toneladas em 2012.
O alumínio substitui o cobre na indústria automotiva, assim como acontece com o aço, com o intuito de diminuir o peso do veículo. O plástico está sendo preferido em tubulações de água, energia elétrica e de ar condicionado, onde tradicionalmente havia cobre.
Já o níquel pode dar lugar ao ferro-gusa, especialmente na China, que evita importação de níquel.
Até mesmo as terras-raras, essenciais para a produção de equipamentos modernos como televisores de LED, podem ganhar concorrentes. A China, produtora de cerca de 90% das terras-raras usadas no mundo inteiro, têm o poder de elevar ou diminuir os preços do material, diminuindo ou aumentando o fornecimento do produto. Baseado nisso, fabricantes de equipamentos e estudiosos estão pesquisando uma alternativa para o material.