De acordo com o presidente da ABPM, Elmer Prata Salomão, a associação discute há bastante tempo os mecanismos necessários para melhorar a capitação de empresas de pesquisa mineral e um dos pressupostos é que as informações prestadas pelos profissionais sejam absolutamente técnicas e confiáveis.
“No mundo todo há mecanismos de certificação de reservas, nos quais você tem que reportar seus recursos. É necessário que esses dados sejam validados por um profissional competente e exige-se que ele seja qualificado para essa função. Nosso objetivo é estar apto a certificar os profissionais brasileiros para que seus trabalhos sejam reconhecidos em qualquer país”, afirmou Salomão, em entrevista ao NMB.
Segundo o presidente da ABPM, uma comissão, liderada pelo diretor Felipe Holzhacker, foi criada durante a última Assembleia Geral Extraordinária da associação, no dia 25 de setembro, para estudar a questão. O grupo será responsável por apresentar, dentro de 60 dias, uma proposta de adesão à rede global de certificação e realizar, durante esse período, os primeiros contatos com as instituições internacionais.
Salomão afirmou que, para ser reconhecido no mercado internacional, o profissional precisa ter, no mínimo, cinco anos de experiência em pesquisa mineral de determinado tipo de minério e estar ligado a uma instituição que possua comissão de ética atuante.
“Caso ele [o profissional] se enquadre nessas exigências, terá seu currículo avaliado pela comissão brasileira, no caso a ABPM. Com a associação sendo reconhecida internacionalmente como apta a qualificar seus profissionais, ele estará certificado para trabalhar em qualquer outro país”, disse Salomão.
Para a qualificação desses profissionais, seriam criados comitês de ética e de validação de reservas. Segundo o presidente da ABPM, a regulamentação é fundamental para incentivar a pesquisa mineral e aumentar a confiança dos investidores no país.
No código Jorc, um organização internacional que reúne os padrões mínimos para a divulgação de recursos e reservas, existe o conceito de competent person, que é a pessoa, em geral, um geólogo experiente, que valida os resultados. No caso do Jorc, a pessoa deve ser associada (fellow) do Instituto Australiano de Mineração e Metalurgia ou do Instituto Australiano de Geocientistas.
O Jorc tem acordos de reciprocidade. No caso dos Estados Unidos e Canadá, são aceitas as Qualified Persons (QP), segundo os critérios da Mining and Metallurgical Society of America (MMSA).