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Os executivos da Progen e da RZD vão preparar estudos que têm o objetivo de embasar editais de licitação, visando disputar concessões. O memorando de entendimento envolve também o banco estatal russo Vnesheconombank (VEB), que tem papel similar ao do BNDES. A participação da instituição financeira no MoU pode proporcionar um potencial financiamento para as obras. As companhias levam em conta a possibilidade de incluir outros sócios.
A prioridade da Progen e da RZD é apresentar manifestações de interesse para todos os lotes de ferrovias lançados pelo governo brasileiro. Existem seis trechos com edital de chamamento aberto pelo governo federal. Nessa fase, as companhias autorizadas farão levantamento de engenharia das linhas. Mais de uma empresa pode participar em cada trecho, mas, ao fim do prazo, um único levantamento será selecionado para cada trecho. As duas empresas pretendem se candidatar para analisar todos os trechos.
A Progen foi responsável por fazer os estudos que serviram de base para trechos de ferrovia do Programa de Investimentos em Logística (PIL), o pacote de concessões do governo. A companhia já prestou serviços para empresas como MRS Logística e Vale, na linha da Estrada de Ferro Carajás.
Segundo Eduardo Barella, presidente da Progen, a RZD tem intenção de atuar como concessionária no Brasil. A Progen não descarta participar como sócia também nesse plano, visando, posteriormente, contratar empreiteiras para prestar o serviço de construção.
No Brasil, as novas licitações de ferrovias já foram anunciadas há mais de dois anos, mas ainda não saíram do papel. O lote mais adiantado, de Lucas do Rio Verde (MT) a Campinorte (GO), já tem estudos prontos e deve ser o primeiro a ser colocado em disputa. O trecho tem 883 quilômetros de extensão e investimento estimado em R$ 5,4 bilhões.
O governo aguarda manifestações dos interessados em elaborar estudos de engenharia para os editais de concessão para os outros seis trechos até a próxima terça-feira (29). O prazo para o detalhamento varia de seis a oito meses, dependendo do trecho
O faturamento da Progen é de R$ 431 milhões anuais, e o da RZD, de 40 bilhões de euros. A empresa russa planeja também trabalhar com a construção de ferrovias em território internacional. "A Rússia é um país ferroviário por essência. A experiência que a RZD tem é tanto de construção como de operação", disse Barella.
A RZD opera 85,2 mil quilômetros com 20 mil locomotivas, um milhão de vagões e 975 mil empregados. Entre os projetos em construção da empresa, está uma rede de ferrovias na Líbia, com custo estimado em cerca de 2,2 bilhões de euros.
No setor de mineração, a Progen trabalha com engenharia consultiva para desenvolvimento de projetos e implantação de unidades industriais; estudos de viabilidade técnico-econômica e concentuais; e projetos básicos e de detalhamento. As informações são do Valor Econômico.