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MERCADO INTERNACIONAL
Após testar novamente números abaixo de US$ 1.160 onça abre em valorização de 0,30% nesta quarta-feira (14) tão esperada, a decisão do possível aumento da taxa de juros nos Estados Unidos.
Neste cenário, o mercado tira de foco Trump e coloca todos os seus olhos em Janet Yellen, presidente do FED, o qual, além de dizer se os juros aumentarão ou não, falará a respeito de suas perspectivas para os juros e inflação ao longo do ano de 2017.
Este fator é importante pois, através de sua fala, ela poderá sinalizar fatores chaves que o mercado passará a prestar atenção a partir de 2017, logo, o tom e palavras usadas serão profundamente analisadas, e principalmente, como ela desenhará sua perspectiva com o efeito Trump.
Se a sinalização dela for otimista em relação ao mercado de trabalho e reaquecimento da economia, sem dúvida as bolsas americanas baterão novo recorde, fazendo com que o bastão seja passado a Trump no melhor momento possível. Por outro lado, caso não haja o aumento dos juros, o mercado entenderá como sinal de fraqueza da economia americana, causando grande volatilidade e queda das ações, consequentemente forte alta do ouro, no entanto, as chances disto acontecer são muito pequenas.
Portanto, como podemos observar, dezembro trouxe a conjuntura o aumento dos preços do petróleo, novos indicadores americanos extremamente satisfatórios, recordes na bolsa americana e possível aumento dos juros, fazendo com que o ouro passasse por quedas seguidas.
Por outra perspectiva, não podemos ser tomados pela euforia presente no momento, pois ainda há muitas incertezas sobre o que Trump, de fato, poderá fazer, e como lidará com questões políticas sensíveis no mercado internacional, logo ainda é prudente posicionar, ao menos uma pequena quantia em seus investimentos.
MERCADO NACIONAL - OURO
BM&FBOVESPA – R$ 123,30 o grama (Fechamento 13/12 -0,96%)
DÓLAR
O aumento da incerteza política se reflete não só no mercado cambial mas, também, no mercado de juros. Ontem podemos ver que a PEC dos gastos foi aprovado pelo senado, no entanto houve menos votos a favor do que no primeiro turno, demonstrando uma possível divergência na base aliada do governo.
De fato, a delação premiada da Odebrecht atingiu em cheio o governo, fazendo inclusive com que o PMDB se reunisse para debater a troca da sigla para MDB, no intuito de tirar a palavra “Partido”, o que para o “marketing” político de hoje não é interessante.
No entanto, como o mercado ainda não vê impactos na reforma fiscal com a atual turbulência política, o dólar mais uma vez caiu, fechando a R$3,3250 (-0,45%), além de que com a perspectiva de queda de juros no país, há maior atratividade para investidores estrangeiros comprar ativos com taxas de juros pré-fixadas, ou seja, mesmo que o juros cair, eles continuarão a ter a mesma taxa.
Além disso, como no final do ano as empresas multinacionais aqui no Brasil costumam fazer remessas de lucro para fora, o que elevaria a moeda americana no país, o Banco Central já vem atuando, dando liquidez ao mercado, para que este fator não impacte na desvalorização do real.
Para hoje o mercado terá vários indicadores americanos a serem divulgados, vide, Vendas do Varejo (11:30), Produção Industrial (12:15), Estoques de Petróleo (13:30), e finalmente a decisão do aumento das taxas de juros americanas que deverá ocorrer as 17:00. Portanto, o dia será de cautela, com tendência de valorização do dólar.
Mauricio Gaioti é gerente comercial da Omex Ourominas, uma área de negócios criada para atender às necessidades das pequenas e médias mineradoras, cooperativas e garimpeiros e oferecer serviços que vão além da compra e venda de ouro, como logística. E-mail: mauricio.gaioti@hotmail.com