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OURO: Não podemos ser cegos

Leia na coluna Ouro, de Mauricio Gaioti: preço do ouro, no mercado internacional e nacional, e te...

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MERCADO INTERNACIONAL

O FED, banco central norte-americano, anunciou alta de 0,25% nos juros do país, além de sinalizar possíveis três aumentos ao longo do ano de 2017, mostrando posicionamento claro contracorrente internacional das denominadas potências econômicas mundiais, como Japão e União Europeia, que estão se utilizando de juros extremamente baixos, e até mesmos negativos, na tentativa de reaquecer suas economias.

Por mais que o mercado já houvesse precificado a alta deste ano, a forte sinalização de aperto monetário para o próximo ano, fez com que a onça recuasse testando o seu mais forte suporte dos últimos dias, o rompendo ao longo da sessão asiática e europeia, sendo agora cotado a US$1.134, queda de 2,24%.

O suporte que temos agora é de US$ 1.120, ou seja, ainda há espaço para que o metal caia pelo menos mais 1% até que dezembro acabe.

Para o ano que vem, o que sabemos é que o FED terá uma postura mais agressiva em relação aos juros, e que Donald Trump, caso confirme suas propostas, gastará US$ 1 trilhão para alavancar a economia americana. A conjuntura disso, no melhor dos mundos para os EUA, sem dúvida levaria o ouro abaixo de US$ 1.100, no entanto, não podemos ser cegos.

A dívida pública americana já é maior que o seu PIB, e Trump, caso consiga fazer o que propôs, sem dúvida elevará ainda mais o patamar da dívida do país, ou seja, ainda teremos muitas incertezas pairando o ano de 2017, bastando uma faísca para que o ouro reverta essa tendência. Após ultrapassar a linha de US$ 1.160, projeção é que a cotação do ouro no Brasil feche o ano agora entre R$ 120,00 a R$122,00 o grama.

MERCADO NACIONAL – OURO

BM&FBOVESPA – R$ 123,90 o grama (Fechamento 14/12 +0,49%)

DÓLAR

Ontem, após desvalorização ao longo do dia, sem um começo de manhã com grandes indicadores, e o mercado ainda respirando o alívio da aprovação da PEC dos Gastos, dólar começou a subir a partir da divulgação da menor produção de barris de petróleo nos EUA, mas de fato disparou as 17:00 com o pronunciamento do FED, sinalizando três altas para 2017.

O dólar comercial fechou a R$ 3,3430 (+0,50%), mas o dólar futuro, que tem seu horário estendido até as 18:00, avançou acima de 0,80% ainda sobre reflexo da posição do FED.

Não só o real, mas outras moedas emergentes também tiveram grande desvalorização ao disparar da notícia, vide Peso Mexicano, Rand e Lira Turca, que costumam dar um bom termômetro da movimentação do dólar mediante os países emergentes.

Já no cenário interno, a tendência ainda é de que o Banco Central brasileiro corte os juros a partir do ano que vem, já que a perspectiva da inflação vem convergindo para meta do governo. Por outro lado, a operação Lava-Jato poderá trazer novas surpresas ao cenário político, colocando uma névoa sobre a real capacidade de realização da reforma da previdência, que é aguardada para o ano que vem.

Hoje o mercado estará focado em precificar as três altas do FED para o próximo ano, além dos indicadores de Auxílio-Desemprego, Índice Filadélfia e outros relacionados a indústria, que serão divulgados as 11:30.

Portanto, teremos grandes chances de um dia de alta na moeda americana, com fechamento acima de R$3,35.

Mauricio Gaioti é gerente comercial da Omex Ourominas, uma área de negócios criada para atender às necessidades das pequenas e médias mineradoras, cooperativas e garimpeiros e oferecer serviços que vão além da compra e venda de ouro, como logística. E-mail: mauricio.gaioti@hotmail.com