MERCADO INTERNACIONAL
Mercado internacional começa agitado após segunda feira calma de feriados em volta do globo.
Ontem (3) a bolsa americana, Dow Jones, voltou a subir e brincar com seu topo histórico acima de 20.000 pontos, mostrando que o otimismo ainda prevalece, principalmente após divulgação do resultado industrial chinês muito acima do esperado, sendo um dos melhores sinais desde 2013, além do já consolidado otimismo americano.
No entanto, ocorreu algo nada comum no cenário internacional: valorização forte da onça, chegando a bater US$ 1.160, sendo suporte US$ 1.140 e resistência US$ 1.160, ao mesmo tempo da alta da bolsa americana.
Isto é raro por que normalmente quando um sobe o outro cai, tendo em vista que a bolsa é vista como ativo de maior risco, enquanto o ouro funciona como proteção, ou seja, se o mercado prefere ouro hoje, devido a risco, normalmente veríamos uma queda da bolsa.
Este fator se dá ainda pelas incertezas que pairam sobre a estratégia do FED, além de que, caso o mercado perceba um exagero no preço das ações devido ao otimismo, a bolsa pode despencar, levando o ouro as alturas.
Ademais, devemos destacar que o ano novo chinês vem aí, sendo esta, uma data de extrema relevância para o consumo físico do metal, já que é costume da cultura local se presentear com ouro.
Já no mercado brasileiro, em menos de uma semana, ouro bateu rendimento de 1,93%.
MERCADO NACIONAL – OURO
BMF&BOVESPA – R$ 121,10 (Fechamento 3 de janeiro +0,92%)
DÓLAR
O dólar fechou em queda de 0,60% cotado a R$ 3,2590, em movimento de desvalorização internacional da moeda americana, devido a divulgação dos resultados positivos da China, melhorando a perspectiva econômica dos países emergentes que possuem em sua base a exportação de commodities.
Um dos primeiros indicadores a serem divulgados mostrou uma considerável recuperação da indústria chinesa, o que, junto a expectativa de maiores gastos econômicos por Trump nos Estados Unidos, gera uma expectativa de recuperação de diversas commodities, fazendo com que o dólar caia em consequência.
Além disso, com o mercado ainda a espera da próxima semana, na qual teremos um maior nível de notícias e divulgações, dólar cai internamente com a continuidade da visão otimista com as reformas econômicas que vem sendo propostas, além da perspectiva de maior entrada de fluxo cambial, com a fusão e aquisição de empresas situadas no Brasil.
O fator de otimismo pode ser facilmente ser visto no Ibovespa, que fechou a 61.814 pontos, com forte alta de 3,73%. No entanto, vale a destacar que o sentimento inicial de otimismo interno e externo ainda é muito prematuro, sendo a tendência do dólar para este ano de valorização, não de desvalorização, devido, principalmente, ao risco político nacional e internacional que ainda veremos a frente, regado por um baixo crescimento econômico, ou, como no caso do Brasil, de recessão, que pode dificultar ainda mais a viabilidade das reformas propostas pelo governo Temer.
Para hoje (4) teremos dois importantes divulgações americanas, sendo elas: vagas de trabalho do setor privado, às 11h15, e a tão esperada ata do FOMC, às 17 horas, que poderá dar maiores pistas sobre a real consistência dos aumentos de juros propostos para 2017 e 2018.
Mauricio Gaioti é gerente comercial da Omex Ourominas, uma área de negócios criada para atender às necessidades das pequenas e médias mineradoras, cooperativas e garimpeiros e oferecer serviços que vão além da compra e venda de ouro, como logística. E-mail: mauricio.gaioti@hotmail.com