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OURO: Metal segue em alta e é cotado a US$ 1.190

Leia na coluna Ouro, de Mauricio Gaioti: preço do metal, no mercado internacional e nacional, e t...

OURO: Metal segue em alta e é cotado a US$ 1.190

MERCADO INTERNACIONAL

A onça atingiu novos ganhos no dia de hoje, sendo cotada próxima de US$ 1.190, caminhando aos poucos para o teste de US$ 1.200, registrando a sexta semana consecutiva de alta, sendo este começo de ano muito parecido com o ano de 2016, quando no primeiro período do ano, a onça registrou fortes ganhos.

Vendo números por números, o mercado teria a possibilidade de novamente atingir preços similares ao atingido no ano anterior, com a onça acima de US$ 1.350, o que representaria um ganho acima de 15% neste ano, no entanto, ao analisar isoladamente esta probabilidade técnica, estaremos negligenciando o fator “otimismo” colocado em prática a partir da eleição de Trump.

Desde as últimas semanas de dezembro do ano passado, o mercado passou novamente a adquirir ouro, gerando inclusive, falas de analistas de que o metal estaria subvalorizado lá fora, considerando o atual cenário, logo, a compra por ouro passou a ser novamente impulsionada.

Além disso, depois do primeiro anúncio de que provavelmente viriam três aumentos de juros ao longo de 2017, o FED começou a passar sinais de incerteza ao mercado, o que era esperado para este momento, tendo em vista a impossibilidade de se precificar algo que ainda não esta, de fato, no poder, como Trump.

Portanto, ainda muita cautela, pois estamos vivendo neste exato momento a famosa “bola travada”, pois temos importantes fatores que levariam a alta do ouro, como a baixa, vide pontos abaixo:

Alta:

  • Imprevisibilidade Política de Trump: o Twitter inclusive já cancelou a conta do presidente, que tem sido utilizada para declarações polêmicas; eleições nas principais economias europeias, com fortes partidos que pretendem acabar com a União Europeia.
  • Incertezas econômicas relacionadas aos bancos europeus e ao mercado asiático.
  • Guerra Comercial: Estados Unidos x Países Emergentes.

Baixa:

  • Investimento pesado americano em infraestrutura, aquecendo rapidamente a economia, gerando empregos, e fomentando as commodities em todo o mundo.
  • Melhora gradual da produção industrial internacional.

Se colocarmos esses pontos na ponta do lápis, conforme exposto acima, sinto que os riscos de dar errado ainda são muito maiores do que o lado bom da história, em que o tal esticado otimismo acredita, logo, a aposta em um ouro subvalorizado como está agora, tem sim importantes fundamentos, principalmente como hedge para tormenta que esta por vir.

Para quarta o que nos resta é analisar o estoque de petróleo (EUA) assim como fala de Trump.

MERCADO NACIONAL – OURO

BM&FBOVESPA – R$ 121,98 (Fechamento 10 de janeiro 0,31%)

DÓLAR

Com agenda fraca, principalmente interna, com os diversos recessos no nosso cenário político, o dólar fecha o dia com pequena alta de 0,05% cotado a R$ 3,1980. O resultado acontece mesmo após cair no começo do mercado, chegando a níveis de R$ 3,18, com o mercado flertando com o momento em que o Banco Central pode vir a entrar no mercado.

Enquanto isso não acontece, a expectativa de novos fluxos de entrada no país tem jogado o dólar na possibilidade de R$ 3,15, principalmente se levarmos em consideração as captações da Petrobras, Braskem, Raizen, Vale, Embraer, Cemig e Fibria, o que sem dúvida, aumentaria consideravelmente o fluxo de entrada em comparação a 2016. Além disso, a safra de soja também poderá pesar no contexto.

No que tange Banco Central, ainda relembrando sua fala reforçada por diversas vezes, em que foi dito que só agiriam em caso de distorção da realidade, mas qual seria a realidade sob perspectiva do BC?

Conforme podemos ver, o real tem sim acompanhado a movimentação das moedas emergentes, inclusive, menos exposta a riscos diretos relacionados a Trump, vide China e México. Logo, seria contraditório com sua própria fala, o BC passar a se utilizar de leilões para alterar a ordem do mercado, afinal seguir fatores macroeconômicos naturalmente poderia ser considerado distorção?

Além disso, considerando os riscos inerentes do ano de 2017, a probabilidade de dólar reverter a tendência de alta ainda é muito grande, podendo fechar o ano em R$ 3,50.

Lembre-se, em mar calmo sem grandes agitações, qualquer vento pode mudar o barco de direção, no entanto, somente na tempestade poderemos ver a real volatilidade da moeda em ação.

O ano novo será dia 20 de janeiro, a ver!

Mauricio Gaioti é gerente comercial da Omex Ourominas, uma área de negócios criada para atender às necessidades das pequenas e médias mineradoras, cooperativas e garimpeiros e oferecer serviços que vão além da compra e venda de ouro, como logística. E-mail: mauricio.gaioti@hotmail.com