MERCADO INTERNACIONAL
A onça troy seguiu paquerando os US$ 1.200 na última sexta-feira, cotada a US$ 1.197 antes do feriado nos Estados Unidos na segunda, registrando alta de 5,6% no ano.
No Brasil, o ouro encerra a semana com valorização de 1,25%, fortificado tanto pelo fechamento em alta da moeda norte-americana, quanto em relação a onça que vem desempenhando bem.
Desta forma, o ouro encerrou mais uma semana de ganhos, já que Trump, em sua primeira coletiva de imprensa, preferiu polemizar sobre assuntos mais ligados à geopolítica, como México, do que as questões fiscais e econômicas internas, que levariam ao tão esperado crescimento econômico mais aquecido do país.
De fato, a mesma fonte de especulações que gerou a grande queda do ouro em rumos do final de 2016, tem sido também o motivo da sua retomada, seria Trump o melhor amigo do ouro?
Uma onça beirando a US$ 1.200 ainda não significa muito, pois precisamos passar do dia 20 de janeiro, para que ele assuma e, desta forma, possamos analisar os possíveis desdobramentos das suas inesperadas atitudes e falas.
Até lá, o suporte do ouro segue sendo em primeiro nível U$ 1.175 e o próximo US$ 1.160, enquanto a sua resistência atual seria de US$ 1.207 com possibilidade de atingir níveis acima de US$ 1.220 caso rompa este patamar inicial.
Estamos no momento do profundo respirar antes do mergulho, devendo entrar somente após mapear o direcionamento dos tubarões.
Teremos indicadores importantes na quarta-feira (18), dentre eles Produção Industrial e a divulgação do Livro Bege, enquanto na quinta-feira (19) números relacionados ao mercado de trabalho americano, estoques de petróleo e a tão esperada posse de Trump.
MERCADO NACIONAL – OURO
BM&FBOVESPA – R$ 123 o grama (Fechamento 13 de janeiro +1,82%)
DÓLAR
O dólar fechou em alta de 1,40% cotado a R$ 3,22 encerrando a semana com variação pequena em relação a sua abertura, mas ainda registrando queda no ano de aproximadamente 1%.
O movimento de desvalorização foi motivado pela melhora dos números relacionados a inflação e a expectativa de maior entrada de recursos com os programas de captação das grandes empresas, no entanto, chegando ao final da semana houve um reajuste com aumento de risco com o cenário político, vide operação da Polícia Federal deflagrada na sexta-feira, o que coloca novamente o foco na instabilidade do governo atual em relação a processos de corrupção.
Devemos também levar em consideração a baixa produtividade das indústrias brasileiras, o que pode pesar na balança comercial.
O fator das tensões internacionais, o que provavelmente começará a surgir adiante, vide embate comercial EUA x China, também poderá diminuir o apetite por risco, fazendo com que investidores façam hedge no dólar.
O aumento do valor das commodities com o aquecimento do consumo de insumos para obras de infraestrutura pelos EUA, pode aliviar a pressão sobre a moeda americana, no entanto, com o nítido foco protecionista de Trump, atrelado as turbulências internas pode levar ao conceito de que o real está sobrevalorizado.
Mauricio Gaioti é gerente comercial da Omex Ourominas, uma área de negócios criada para atender às necessidades das pequenas e médias mineradoras, cooperativas e garimpeiros e oferecer serviços que vão além da compra e venda de ouro, como logística. E-mail: mauricio.gaioti@hotmail.com