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OURO: Preço baixo pode restringir oferta do metal

Leia na coluna Ouro, de Mauricio Gaioti: preço do ouro, no mercado internacional e nacional, e te...

OURO: Preço baixo pode restringir oferta do metal

MERCADO INTERNACIONAL

Onça troy recua ao valor de 10 meses atrás ainda refletindo a sinalização do FED de aumentos mais agressivos nos juros para o próximo ano, tendência essa que poderá seguir também em 2018. A surpresa deste posicionamento do FED trouxe uma nova precificação ao mercado, confirmando a expectativa de que as propostas de Trump elevarão a inflação americana, causando assim pressão de venda sobre a commodity.

Podemos ver isso facilmente pelo dólar, que atingiu sua maior valorização, dentre os pares das moedas internacionais, dos últimos 14 anos. Portanto, assim como a perda dos US$1160 significou uma forte e rápida queda da onça, próximo suporte de alerta é US$ 1.120, que se rompido, poderá levar o metal abaixo dos níveis de US$ 1.100.

O único fator que poderia isolar este movimento de baixa da commodity, pressionado pela conjuntura atual, seria alguma mudança substancial no mercado físico deste metal. O que quero dizer com isso? A atividade de mineração tanto aqui no Brasil quanto internacionalmente possui custos altos em todas as esferas, logo, a partir de um determinado patamar de preço, muitas mineradoras podem optar por parar sua atividade até que volte a ser rentável fazer a extração.

Este patamar hoje gira por volta de US$ 1.100 para muitas mineradoras internacionais, ou seja, estamos muito próximos de um suporte que poderia significar a retração da oferta do ouro. Menos oferta, se a demanda ao menos se manter nos principais países consumidores, teríamos uma reversão de tendência ao menos para uma flutuação entre US$ 1.160 a US$ 1.200.

MERCADO NACIONAL - OURO

BM&FBOVESPA: R$ 122,20 o grama (Fechamento 15/12 -1,37%)

DÓLAR

Dólar fecha a R$3,3670 em alta de 0,71% com o mercado ainda digerindo a forte sinalização de maiores aumentos dos juros americanos. A forma como começará a ser conduzida a politica e economia americana poderá levar a moeda do país a uma forte valorização, que inclusive já foi bem expressiva este ano, se valorizando internacionalmente em um patamar somente vista em 2002, ou seja, maior patamar de 14 anos, não há como negligenciar tal informação.

Para o ano de 2017 muitas apostas já estão em dólar acima de R$ 3,70, inclusive algumas casas falando de R$ 3,90 até o final do ano. No entanto, tudo vai depender dos fundamentos internos brasileiros, pois, caso haja o estabelecimento de reformas fiscais efetivas, assim como condução política estável, o efeito da valorização do dólar deverá ser menor.

Inclusive, no que tange fatores internos, o governo lançou ontem um pacote de medidas microeconômicas visando ajudar as empresas a se recuperarem e se reaquecerem em um momento de recessão que já dura, praticamente, 3 anos. Estas medidas são sim relevantes, mas os seus efeitos só serão sentidos adiante, nada a curto prazo. Além disso, devemos lembrar que o pacote ainda depende de aprovação do legislativo, e pode ter suas características alteradas.

Em dia de agenda fraca, BC não realizará leilão, assim como a tendência da moeda americana seria um reajuste na data de hoje, podendo fechar em queda com o mercado absorvendo a notícia de que o governo está agindo em todas as frentes para reaquecer a economia.

Mauricio Gaioti é gerente comercial da Omex Ourominas, uma área de negócios criada para atender às necessidades das pequenas e médias mineradoras, cooperativas e garimpeiros e oferecer serviços que vão além da compra e venda de ouro, como logística. E-mail: mauricio.gaioti@hotmail.com