MERCADO INTERNACIONAL
Onça fechou com nova valorização acima de US$ 1.190, e incrivelmente já abrindo hoje a US$ 1.204 com valorização de 1%.
A commodity passou por momentos de desvalorização ao longo do dia, principalmente com a volatilidade que Trump trazia aos mercados, inclusive, a sua coletiva com a imprensa foi marcada por um confronto entre a mídia e o novo presidente. A própria CNN, por exemplo, não teve suas perguntas respondidas, pois o presidente afirmou que ela se trata de uma mídia mentirosa.
Apesar dos pesares, tudo que ele falou sobre México, China e polêmicas com a Rússia não fugiu do já esperado discurso agressivo protecionista, logo, não houve surpresas ao longo da coletiva.
Agora que a onça cruzou os US$ 1.200 de forma rápida, ela tem força de se valorizar ao menos mais 2% nos próximos dias, principalmente com a possível maior produção de petróleo, logo, o que vai definir a capacidade do ouro sustentar a alta será a capacidade de Trump converter em medidas efetivas suas propostas, a partir do momento em que ele assumir
MERCADO NACIONAL – OURO
BMF&BOVESPA – R$ 121,30 (Fechamento 11 de janeiro -0,55%)
DÓLAR
A fala de Trump de fato elevou a volatilidade do mercado, afinal, o que esperar de um presidente em coletiva de imprensa que twitta inesperadamente diversos assuntos polêmicos?
Neste cenário, a moeda no começo do dia chegou a valorizar para R$ 3,23, principalmente porque se esperava que ele focasse em medidas econômicas ao longo de sua fala, no entanto, o que predominou foram assuntos da política internacional.
Logo, como não houveram novidades, as moedas emergentes, principalmente o peso mexicano, se desvalorizaram, enquanto no mercado interno, a perspectiva de recuperação econômica atrelada a expectativa de maior fluxo de capital para o país, fez com que o real se descolasse do mercado internacional, fechando sua paridade com a dólar próximo de R$ 3,19.
Em relação a decisão do Comitê de Política Monetária aqui no Brasil (Copom), a decisão de corte da taxa de juros base do país (Selic) de 0,75 pontos, passando a 13%, mostra que desde que a inflação esteja dentro da meta, conforme está agora, a estratégia será de cortes mais abruptos em cada reunião, na tentativa de reaquecer a economia mais rapidamente.
Há casas de análise que já apostam em cortes sequenciais de 0,75, enquanto alguns até já acreditam em corte de 1,00 já em fevereiro, com o mercado passando a ver a taxa no final do ano a 10%.
No entanto, para concretizarmos essa aposta, devemos aguardar o começo dos desdobramentos internacionais a partir do momento que Trump assumir, e o nosso cenário político e judiciário voltar de recesso, para ver o quanto é possível este corte.
Para hoje teremos números dos pedidos de auxílio-desemprego e preços dos importados e exportados, nos Estados Unidos às 11h30, que podem volatilizar a moeda. Além disso, caso a valorização do Real continue hoje, olhos no Banco Central, que poderá começar a atuar em leilão a partir de R$ 3,15.
Mauricio Gaioti é gerente comercial da Omex Ourominas, uma área de negócios criada para atender às necessidades das pequenas e médias mineradoras, cooperativas e garimpeiros e oferecer serviços que vão além da compra e venda de ouro, como logística. E-mail: mauricio.gaioti@hotmail.com