De acordo com Antônio Rocha, gerente de Negócios da Ground Probe no Brasil, o SSR mede, através de ondas de som, as deformações ou pressões sofridas pelo talude, com precisão de 0,01 milímetro, e monitora o seu funcionamento 24 horas por dia. Segundo ele, o radar aponta onde e em qual velocidade as deformações estão ocorrendo.
“Há ainda um monitoramento remoto da equipe da Ground Probe no Brasil e no exterior. Quando é identificada alguma deformação que não estava prevista, um alarme é disparado para que a área seja evacuada. O SSR faz assim um trabalho de prevenção de acidentes”, disse Rocha, em entrevista ao NMB.
Segundo dados do equipamento, em 83% dos casos registrados o alerta ocorreu com mais de uma hora de antecedência.
O equipamento é capaz de identificar acidentes geológicos em um raio de 3,5 quilômetros. De acordo com Rocha, esse valor pode variar de acordo com o cliente, a localização da mina e o frete de entrega, considerando que a sede da empresa no Brasil está em Belo Horizonte.
Em relação ao risco de novos acidentes, Rocha afirmou que ainda é cedo para avaliar. “O SSR começou a operar no local ontem [7], portanto, ainda não temos um histórico de dados que possibilite alguma conclusão”, disse o gerente de Negócios da Ground Probe.
Entre os outros clientes na área de mineração, Rocha cita Vale, Samarco, Gerdau, entre outras empresas. “No mundo todo, temos mais de 250 radares instalados em projetos de mineração”, disse.
Segundo a Herculano, a empresa de consultoria contratada atribuiu o acidente a um fenômeno geológico chamado inversão de relevo, que teria sido provocado por canais subterrâneos. O rompimento da barragem em setembro ocasionou na morte de dois funcionários e no desaparecimento de outro. Os reparos e as buscas por Adilson Batista, 43, foram suspensas no último dia 25, quando os bombeiros verificaram a possibilidade de novos desastres no local.
A delegada Melline Clemente, responsável pela apuração do acidente, pedirá a extensão do prazo para conclusão do inquérito sobre o desabamento. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, o laudo desenvolvido pelo Instituto de Criminalística ainda não foi concluído, por isso a necessidade de prolongar o período de 30 dias, que acabaria na próxima sexta-feira (10).
O pedido de extensão do prazo será encaminhado à comarca do Tribunal de Justiça de Itabirito. Com informações do jornal O Tempo.