A técnica deve criar uma reação entre os minerais e o CO2 capturado para geração de um material sólido. Para que o processo seja exequível, é necessário obter os minerais onde será inserido o dióxido de carbono. "Sim, será preciso mais mineração [e] a indústria mineira poderá tornar-se uma grande parte da solução", informou a Mineral Carbonation International (MCI), entidade responsável pelo projeto.
O processo é chamado de carbonização mineral. Segundo Geoff Brent, cientista da Orica, uma das três instituições, além da Universidade de Newcastle, na Austrália, que fundaram a MCI, o objetivo é cortar e aproveitar pelo menos 70% do dióxido de carbono (CO2) emitido por centrais elétricas alimentadas a carvão.
A técnica depende da instalação de um sistema de captura do CO2 e de uma subsequente central de carbonização. O dióxido de carbono capturado é submetido à carbonização mineral com silicatos de magnésio, como a serpentina.
Todos os elementos são comprimidos e aquecidos a altas temperaturas, sem a presença de oxigênio, para que o CO2 passe de gás a material sólido, explicou o cientista em uma entrevista ao website do jornal português I.
Para transformar o gás num tijolo, o elemento fundamental é o serpentinito, um dos minerais da família da serpentina. Composto por magnésio e ferro, a rocha é "esmagada e aquecida" para libertar água, que depois é "comprimida com o CO2 para acelerar o processo natural de carbonização". O resultado acaba "por formar uma areia de magnésio", da qual se formam outros materiais, explicou, em comunicado, a MCI.
Cada tijolo, apontou Geoff Brent, será composto por "10% a 20% de massa de CO2". Os custos inerentes ao processo ainda serão definidos. A meta inicial é que o custo seja inferior a 51 euros por tonelada de CO2 "evitada".
Apesar de prever e reconhecer uma possível valorização da mineração, a entidade garantiu que "a escala de mineração necessária para este processo será menor" que a utilizada atualmente na produção de carvão.
Os investigadores afirmaram que a mineração necessária para “assegurar todo o CO2 produzido pelo carvão" será apenas metade da quantidade total de rocha extraída para fabricar o carvão, responsável por produzir o dióxido de carbono em questão. Em parte porque o material rochoso que sobra do processo de carbonização será devolvido às minas.