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Entretanto, ainda há uma incerteza das empresas em relação às redes sociais. BHP Billiton e Rio Tinto, as duas maiores mineradoras do mundo, têm participação discreta nesse universo online. A primeira sequer participa de qualquer mídia social, enquanto a segunda se restringe ao uso básico das ferramentas.
Essa indefinição abriu portas para companhias de menor porte. Em entrevista ao Mining News Premium, David Coe, diretor administrativo da Socialised Investors, disse que algumas mineradoras de pequeno e médio porte foram as primeiras a tomarem a iniciativa.
“Está surgindo um momento de oportunidades para cada vez mais empresas, mas ainda há muitas pessoas, especialmente executivos, que não sabem como devem usar as redes sociais”, afirmou Coe.
Enquanto mais empresas consideram incluir as redes sociais em suas estratégias de marketing, Coe disse que há uma boa oportunidade para mineradoras de médio porte utilizarem a social media como uma forma de mapear investidores. “O contato tradicional é para vender algo para um usuário final e apresentar produtos, mas isso não funciona para mineradoras. As empresas tentam, na verdade, mirar seus investidores”, disse.
O diretor da Socialised Investors afirma que de todas as empresas listadas na Australian Securities Exchange (ASX), bolsa de valores da Austrália, 200 investem em publicidade com frequência. Segundo ele, as redes sociais deram as mineradoras uma chance de aumentar a mensagem que querem enviar, sem precisar gastar com anúncios em veículos de comunicação.
“O problema para essas que não gastam com publicidade é que, quando alguma delas quer fazer um anúncio, são geralmente ignoradas pela baixa audiência. As redes sociais mudaram o cenário. Essas empresas têm, agora, uma ferramenta para se comunicarem diretamente com o investidor”, disse Coe.
No ano passado, a Auroch Minerals, vizinha do projeto da Republic Gold, uma pequena mineradora listada na ASX que explora o cinturão de rochas verdes, em Moçambique, anunciou que iria parar de negociar na bolsa, dependendo dos resultados da sondagem de determinado prospecto.
A Republic Gold usou as redes sociais para divulgar a informação para seus seguidores, muitos deles investidores e analistas. Quando os resultados da sondagem da Auroch foram divulgados e apresentaram números positivos, as ações da Republic subiram 50%, porque os investidores já estavam prontos e preparados para os resultados.
No Brasil, muitas mineradoras têm perfis, por exemplo, no Facebook. A Vale conta com mais de 350 mil curtidas na rede social e atualiza sua página diariamente. A empresa utiliza o Facebook para divulgar de peças publicitárias a novidades sobre projetos e instalações que possui no mundo todo.
A Samarco tem quase três mil likes no Facebook, porém, não atualiza a página desde setembro do ano passado. Mesmo caso da Mineração Taboca que, com pouco mais de 200 curtidas, não produz conteúdo desde julho de 2013.
A Mineração Rio do Norte, por exemplo, criou sua página no Facebook em agosto de 2011. Entretanto, até hoje, nenhum tipo de conteúdo foi publicado pela empresa.
A fundadora da Global Copywriting, Sara Mitchell, disse que apesar de uma progressão lenta, algumas atitudes no mundo dos negócios têm mudado de ano a ano. “Há três anos, eu vi mineradoras majors que acreditavam que podiam ignorar as redes sociais. Hoje, eu duvido que elas pensem assim. Apesar disso, ainda há uma longa estrada entre reconhecer que algo precisa ser feito e uma implementação, de fato”, afirmou.
De acordo com Mitchell, Twitter e LinkedIn têm uma base interessante de usuários maduros e representam oportunidade para qualquer tipo de negócio. Segundo ela, uma grande contribuição para o mundo das redes sociais foi quando a Federal Communications Comission (FCC), comissão federal de comunicações dos Estados Unidos, permitiu que as empresas utilizassem redes sociais para anúncios de materiais.
“Essa permissão da FCC gera uma pressão nos governos de outros países. A bolsa de valores New York Stock Exchange, por exemplo, distribui dicas de redes sociais para as empresas listadas. Há uma pressão para que outros países, especialmente a Austrália, se modernizem”, disse Mitchell.