OUTROS

Norte receberá investimentos US$ 29,4 Bi em mineração

O setor de mineração e siderurgia passa por um período de revisão de orçamentos, afirmam especial...

Este artigo tem 11 anos. As imagens podem não ser exibidas.

O maior investimento em transformação de minérios na região, a Aços Laminados do Pará (Alpa), que seria erguida pela Vale, em Marabá (PA), é um exemplo de projeto anunciado sem previsão de ser iniciado. De acordo com a mineradora, a inexistência de hidrovia para o escoamento da produção inviabilizou a Alpa, que era orçada em US$ 3,7 bilhões.

De acordo com o gerente-executivo do Ibram Amazônia, Ronaldo Lima, o mercado de mineração vive um período de redução de expectativas, reflexo da perspectiva de redução de consumo na China, principal cliente do Brasil. "Até 2011, o preço do minério ainda estava bom. O setor viveu fase de investimentos em pesquisas e projetos [relativos a novas fontes]", disse Lima.

Para João Ronchel, presidente da unidade global de mineração e metalurgia da consultoria finlandesa Pöyry, a indústria de mineração sofre com a imprevisibilidade de orçamentos locais e as grandes empresas questionam o custo dos projetos no Brasil. “Não é raro que o custo final de um projeto seja 60% superior ao valor inicialmente projetado pelo investidor”, afirmou Ronchel ao jornal Estado de S.Paulo.

Uma das questões avaliadas pelas empresas é a falta de infraestrutura para operação e escoamento da produção. A mineradora MRN, por exemplo, precisa manter uma termelétrica a combustível por falta de energia elétrica. A Vale também construiu ferrovias e portos próprios para viabilizar o escoamento do minério produzido na região Norte.

Apesar de ser uma região rica em rios navegáveis, o transporte fluvial, mais barato do que o ferroviário, parece uma realidade difícil de se concretizar. No Rio Madeira, em Rondônia, faltam eclusas. No sudeste do Pará, o problema é o derrocamento do Pedral do Lourenço, que uma vez concluído, viabilizará a Hidrovia Araguaia-Tocantins.

A produção de mineração muitas vezes precisa ser transportada até o Sudeste antes de ser exportada. Com isso, os produtos ficam mais caros por causa do frete e perdem competitividade no mercado. “O correto seria o país ter a infraestrutura de transporte pronta, pois isso reduziria o investimento total das empresas", disse Lima.

Outra dificuldade encontrada é o custo de mão de obra, uma vez que os projetos de mineração são montados em locais distantes, considerados pouco atrativos pelo trabalhador qualificado. Ronchel afirma que as empresas têm duas escolhas: usar empregados inexperientes ou trazer funcionários de longe, com incentivos que encarecem os valores de contratação.

TÓPICOS: