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Brasil estuda potencial mineral da Elevação do Rio Grande

CPRM diz que região é rica em cobalto, níquel, manganês, platina, fosfato e terras-raras

 Elevação do Rio Grande. Crédito: CPRM

Elevação do Rio Grande. Crédito: CPRM

O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) realizarão estudos ambientais e oceanográficos para avaliar potencial mineral da Elevação do Rio Grande, localizada em águas internacionais do Atlântico Sul a mais de 1.100 quilômetros da costa brasileira. No local, há indícios de áreas ricas em cobalto, níquel, manganês, fosfato, platina e terras-raras.

A iniciativa faz parte do Programa de Estudos Ambientais para a Exploração de Crostas Ferromanganesíferas Ricas em Cobalto na Elevação a do Rio Grande (PROERG) coordenado pela CPRM e que vai contar com parceria da Univali. Amanhã (4) acontecerá uma solenidade para firmar a nova parceria às 14h30, no auditório E1, no campus da Univali em Itajaí (SC), e contará com a presença de representantes das duas instituições, além de pesquisadores ligados ao tema.

O estudo está previsto no contrato e plano de trabalho firmado entre a CPRM e a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), que concedeu ao Brasil o direito de pesquisar por 15 anos o potencial mineral da região formada por uma cordilheira montanhosa submersa, que se eleva de mais de 3 mil metros do fundo oceânico.

A CPRM estuda, desde 2009, a elevação do Rio Grande por meio de expedições marítimas desenvolvidas em parceria com outras instituições, identificando as áreas de maior interesse econômico para exploração mineral. Os estudos demonstraram que o local possui indícios de áreas ricas em cobalto, níquel, manganês, fosfato, platina até minérios utilizados na indústria de alta tecnologia, como terras-raras.

De acordo com o diretor de Geologia e Recursos Minerais, José Leonardo Andriotti, o objetivo desta etapa é avaliar possíveis impactos que a atividade de mineração poderá causar no meio ambiente marinho. "Trata-se de um projeto estratégico coordenado pela CPRM que amplia a presença brasileira no Atlântico Sul. Também é considerado um projeto pioneiro porque coloca o Brasil em um seleto grupo de países que estão na vanguarda das pesquisas minerais nos oceanos, entre eles, Rússia, Noruega, França, China, Alemanha, Japão e Coreia do Sul", afirma.

Andriotti diz que o projeto coordenado pela Divisão de Geologia Marinha (DIGEOM) da CPRM vai estimular o desenvolvimento científico e a criação de polos capazes de desenvolver novas tecnologias e equipamentos de ponta para dar suporte aos trabalhos de pesquisa. "A parceria com a Univali caminha nesse sentido, pois vai permitir formação de uma equipe multidisciplinar para realizar o levantamento ambiental da região", declara.

De acordo com José Angel Alvarez Perez, pesquisador da Univali, o projeto inclui a construção de linha de base ambiental, o monitoramento ambiental das atividades de exploração e a avaliação de impactos ambientais de eventuais atividades comerciais na área.

"As possibilidades são interessantes, porque é uma região rica em elementos químicos usados na indústria, especialmente nas de alta de tecnologia, na produção de chips, peças de usinas eólicas e carros elétricos. Mas também vivem no local comunidades biológicas que não são encontradas em outras partes do oceano e podem ser suscetíveis a impactos ambientais gerados pela mineração", diz.

O plano de trabalho firmado com a ISBA é sustentado em parâmetros técnicos e revela a preocupação da CPRM com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Os primeiros cinco anos do contrato firmado serão dedicados ao desenvolvimento de estudos que vão detalhar o estado ambiental e servir de referência para o estabelecimento de uma linha de base para o monitoramento do meio ambiente na região.

Estão previstas expedições de levantamento ambiental para se conhecer o estado natural da biota, condições geológicas e oceanográficas da região. As expedições coletarão dados geofísicos oceanográficos, amostragem de água, da mineralogia, petrografia, além de realizar estudos geoquímicos. As informações serão inseridas em banco de dados geoespaciais e servirão para o monitoramento ambiental e definição das principais áreas de interesse para exploração mineral.

Já a fase seguinte será avaliação das características mineralógicas, estruturais e geomorfológicas e ambientais das áreas de interesse. A terceira etapa do plano de trabalho prevê a seleção de áreas para estudo da viabilidade econômica, ambiental e técnica dos depósitos minerais identificados. Com informações da assessoria de comunicação da CPRM.