Apelidada de "Dubai da China", Kangbashi foi criada para proporcionar às mineradoras todo o conforto de uma cidade moderna. Com a descoberta de depósitos minerais, a cidade certamente atrairia diversos colaboradores e profissionais ligados ao setor de mineração, de maneira geral. Essa possibilidade fez com que investidores comprassem lotes e complexos habitacionais em Kangbashi, com o intuito de cobrar caro por aluguéis.
Entretanto, foram justamente os preços inflacionados que afastaram os possíveis migrantes. Dessa forma, a cidade, projetada para receber um milhão de pessoas, reduziu sua infraestrutura para 300 mil. Atualmente, porém, menos de 30 mil pessoas vivem em Kangbashi, que é um braço da periferia de Ordos, na Mongólia Central.
Assim como no caso de Kangbashi, o país asiático construiu outros centros urbanos que se transformaram em cidades-fantasma. O caso mais famoso é o de Tianducheng, construída para ser uma réplica da capital francesa Paris. A cidade ficou famosa, em especial, pela réplica de mais de 100 metros da Torre Eiffel. Atualmente, a população da cidade equivale a 20% do total que foi projetada para receber, cerca de duas mil pessoas, de acordo com o Wikipedia.
Construída para abrigar a superpopulação de Kunning, maior cidade da província de Yunnan, no sudoeste da China, Chenggong está completamente vazia. A cidade tem escritórios do governo, universidades, linha de metrô, mas nenhum dos 6,5 milhões de habitantes de Kunning quer se mudar para Chenggong, que tem mais de 100 mil apartamentos vagos, com aluguéis a preços acessíveis.
Desde a Revolução Cultural, em 1978, a China já construiu mais de 500 cidades. A previsão do governo é que, no ano de 2020, um em cada oito seres humanos vai viver em cidades chinesas. Porém, a atual infraestrutura urbana da China não tem condições de comportar esse crescimento populacional, então o país recorre à construção dessas cidades. Estima-se que 700 milhões dos mais de um bilhão de habitantes da China residem em áreas urbanas.