Os participantes do evento concordaram que com sistemas de controle adequados é possível manter atividades de mineração junto aos glaciais. As geleiras armazenam 69% da água doce disponível do planeta.
"É possível conjugar o desenvolvimento de atividades produtivas, como a mineração, a geração geotérmica, projetos de infraestruturas ou turísticos nos locais onde existem glaciares", disse o ministro do Meio Ambiente do Chile, Pablo Badenier, durante o evento que contou com a participação de políticos, cientistas, representantes do setor de mineração e ecologistas.
No Chile estão 24.114 glaciares que cobrem 23,6 mil quilômetros quadrados, representando 80% dos glaciares da América do Sul. O continente em 29,4 mil quilômetros quadrados de geleiras registradas segundo o ministério chileno de Obras Públicas.
Para Badenier contar com essa reserva torna o Chile "um país rico em um recurso cada vez mais escasso" por causa da desertificação e dos efeitos das mudanças climáticas da região.
O cientista Alexander Brenning, especialista em glaciares da Universidade de Waterloo, afirmou no evento que no Chile, na Argentina e no Peru há 25 zonas onde há atividade mineradora com projetos de curto prazo.
A importância dos glaciares chegou à agenda política "para ficar", declarou o secretário executivo do Conselho de Defesa da Patagônia, Patricio Rodrigo, região do extremo sul do Chile.
As mineradoras Anglo American e Codelco tem áreas de extração de cobre na região chilena da Cordilheira dos Andes. As empresas estão entre as 12 que operam próximo às geleiras no Chile.