MERCADO INTERNACIONAL
A onça de ouro segue estável flutuando de US$ 1.180 a US$ 1.190 à espera da decisão da reunião da Opep (Organização dos Países Produtores de Petróleo), que deverá divulgar hoje se haverá cortes, ou não, na produção de petróleo, no intuito de quebrar a sequência de dois anos de baixa nos preços da commodity.
A surpresa de ontem (29) foi a divulgação do PIB americano em 3,2% de crescimento, acima da expectativa do mercado, que fez a onça, no momento da divulgação, testar o suporte de US$ 1.180.
Já na Europa, indicador da inflação da Alemanha mostra que o país ainda segue em crescimento fraco, mostrando que os efeitos desejados pelo Banco Central Europeu ainda estão longes do esperado. Enquanto isso, a expectativa maior no bloco europeu continua a ser o referendo da Itália sobre seguir ou não políticas de austeridade fiscal, sendo o país, um dos maiores devedores do bloco.
Além disso, caso as politicas de austeridade fiscal não sejam colocadas em prática na Itália, o efeito não será somente focado em sua dívida, mas também nos desdobramentos que esta decisão leva, podendo pressionar França e Alemanha a uma onda popular de não mais dar suporte as economias em recessão do bloco, assim como incentivar outros devedores a seguir o mesmo caminho da Itália.
E o ouro, como fica? Nosso metal é influenciado centralmente por dois pilares nesta semana, Opep (resultado sairá provavelmente hoje) e o Referendo na Itália (domingo). Caso, de fato, a produção de petróleo seja cortada para sua valorização, ouro deverá cair abaixo de US$ 1.180 inicialmente, mas ainda não será uma queda brusca, já que temos a decisão do referendo a frente. Logo, ainda há chances do ouro retomar US$ 1.200.
A onça somente irá abaixo de US$ 1.160 se o referendo faça a Itália adotar políticas de austeridade, ao mesmo tempo do corte da produção do petróleo e novos indicadores americanos acima da expectativa, pois, desta forma, o ouro apanharia de todos os lados.
MERCADO NACIONAL - OURO
BMF&BOVESPA – R$ 129,00 a grama (Fechamento 29/11 0,39%)
DÓLAR
Dólar sobe 0,37% cotado a R$3,3960 com a divulgação do PIB americano em 3,2% contra expectativa de 3%, além da queda do preço do petróleo.
O indicador acima do esperado, reforça os argumentos de aumento da taxa de juros americana, levando, automaticamente, a moeda a inclinação de alta. No entanto, como o aumento da taxa já está precificado, o mercado não oscilou acima do esperado, sendo que, o fato de fechar abaixo de R$ 3,40, só reforça que não é fato novo no mercado.
Enquanto isso, petróleo segue recuando com as baixas expectativas a respeito do corte da produção do petróleo fruto da reunião da OPEP, que deverá divulgar hoje se o acordo proposto pela Arábia Saudita da limitação da produção será, de fato, implementado.
Já no cenário interno, economistas estão mais pessimistas com a recuperação da economia brasileira, tendo em vista que, os últimos números divulgados não demonstram nenhum tipo de reação da atividade econômica, passando inclusive a prever crescimento abaixo de 1% para o próximo ano.
Para hoje, teremos vários indicadores americanos para serem divulgados, sendo os principais Renda Pessoal e Gastos, Vagas de Trabalho no Setor Privado, ambos as 11:30, e após as 13:00 Vendas Pendentes de Casas e Estoques do Petróleo, já no final dia, teremos a divulgação do Livro Bege (relatório oficial sobre a situação econômica dos EUA).
Portanto, os primeiros indicadores do dia podem até levar a moeda a se valorizar, no entanto, caso haja de fato corte na produção do petróleo, o barril, que está cotado a US$ 46, pode passar para níveis acima de US$ 50 já no mesmo dia, levando o dólar a desvalorizar, logo, caso tudo ocorra dentro da expectativa, dólar hoje encerrará o pregão com queda abaixo de R$ 3,39.