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A alternativa da mineradora seria investir cerca de US$ 150 milhões para construir uma estrada de 350 quilômetros para o transporte de maquinário pesado de construção, disse o CEO da companhia, Robin Young. Peter Hambro, presidente-executivo da produtora de ouro Petropavlovsk, disse que investiu em uma fabricante de aeronaves por acreditar que a indústria de mineração optará pelo mesmo investimento.
“Construir uma ponte para que passe um Toyota Land Cruiser não é tão caro, mas construir uma ponte para que passe uma Caterpillar 777 [caminão fora de estrada com capacidade de 100 toneladas] é muito, muito caro”, disse Hambro, referindo-se ao caminhão basculante de 87 toneladas usado em minas.
Os fabricantes de zepelins e de dirigíveis que, diferentemente dos primeiros, não têm uma estrutura interna, precisam dos contratos de mineração para retornarem, 76 anos depois que o Hindenburg pegou fogo e caiu em Nova Jersey, extinguindo o interesse da maioria dos compradores por décadas.
Com designs melhores e usando gás não inflamável, fabricantes como a Worldwide Aeros e a Hybrid Air Vehicles, do Reino Unido, dizem que estão negociando as primeiras vendas para a indústria de mineração, num total de US$ 960 bilhões, para complementar o transporte por caminhões e trens.
Até aqui, as rejeições foram muitas. A Norilsk Nickel estudou os zepelins para transportar equipamentos para construir uma mina na Sibéria há uma década e acabou decidindo usar aviões convencionais. A empresa construiu depois uma frota de navios quebra-gelos para transportar seu níquel pelo rio Yenisei, no extremo norte da Rússia.
A Polyus Gold International, maior produtora de ouro russa, estudou usar os zeppelins como uma opção para entregar equipamentos pesados em seu projeto Natalka, no extremo leste do país, disse o porta-voz Sergey Lavrinenko. “Ele foi rejeitado, no entanto, porque naquela época não pudemos encontrar uma oferta compatível com o mercado”.
A Hybrid Air, de Cranfield, na Inglaterra, está em negociações com duas empresas que fornecem serviços de transporte para empresas mineradoras no Canadá e espera receber pedidos nos próximos dois meses para entrega até 2016, disse o porta-voz da empresa, Chris Daniels.
“A aeronave terá uma estrutura rígida sob o material inflado para carregar 48 passageiros e a carga”, disse ele.
Para os investidores, a opção de uma exploradora como a Amur, que use uma aeronave, em substituição ao levantamento de fundos para financiar uma estrada antes de começar a produção é atrativa, disse John Meyer, analista da SP Angel Corporate Finance LLP em Londres.
“O projeto da Amur tem um enorme valor, mas o capital inicial e o fato de que o projeto fica na Rússia significam que é difícil de financiar. A capacidade de usar uma aeronave mudará completamente o valor da empresa. Eles podem começar a produzir antes de gastar todo esse dinheiro extra”, disse Meyer.
A Worldwide Aeros está construindo aeronaves com cerca de 150 metros de comprimento, com uma estrutura rígida, desenhada para transportar cargas de até 250 toneladas, a velocidades de mais de 160 quilômetros por hora, segundo o CEO Igor Pasternak.
“A empresa está planejando construir frotas de 24 zepelins para servir setores que necessitam transportar mercadorias, incluindo o de mineração”, disse Pasternak. Ele afirmou que a companhia está negociando com potenciais clientes e selando compromissos para o uso do serviço.
“Qualquer coisa que nos permita transportar cargas pesadas em terrenos difíceis, sem grandes gastos de dinheiro em infraestrutura, é atrativa”, disse Hambro, da Petropavlovsk.