INOVAÇÃO

Empresa australiana lança tecnologia de satélite para monitorar barragens

Estruturas de armazenamento de rejeitos também são cobertas pelos sistemas da Otus

Barragem

Barragem

Esse é um detalhe que pode passar despercebido pelas tecnologias de monitoramento existentes, como os drones, segundo a empresa, que está sediada em Sydney, na Austrália.

A Otus usou seu sistema para investigar falhas de barragens de rejeitos com consultores e especialistas em mineração. E também é capaz de fornecer sua análise de mineração sem enviar ninguém no local.

O uso da tecnologia vai além das barragens de rejeitos e tem aplicações em projetos de infraestrutura, como estradas e ferrovias. O que a Otus faz é usar imagens capturadas por diversos satélites e analisar as imagens a partir de indicadores que avaliem a integridade de barragens, estabilidade de pilhas, subsidência de solos e minas, impacto sobre ativos de terceiros e compactação de aquíferos.

Do ponto de vista ambiental, o sistema pode medir impactos sobre margens de rios, vegetação, bem como mineração ilegal e outros tipos de ocupação nas áreas monitoradas. Riscos climáticos também fazem parte dos indicadores que podem ser acompanhados.

O diretor-geral e fundador da Otus, Marc Beaudry, disse que a criação de tais tecnologias poderia ajudar a prevenir desastres de rejeitos, como o desastre causado pelo rompimento de uma barragem na mina Córrego de Feijão da Vale, em Brumadinho (MG), em janeiro deste ano.

"Queremos usar essa tecnologia em escala global, fornecendo inteligência que pode transformar a mineração para as operadoras [de minas] e as comunidades onde operam", disse Beaudry.

"Esperamos que se torne uma ferramenta essencial de due diligence [auditoria técnica] para diretores que são responsáveis quando as coisas dão errado no local. Eles agora poderão acessar análises independentes e identificar rapidamente quaisquer problemas", afirmou o executivo. Além de mineradoras e governos, a empresa tem seguradoras entre os clientes. Com informações da Otus e da revista Safe to Work.