Os dutos são alternativas excelentes para o transporte adequado de produtos minerais a granel. Quando enterrados, eles apresentam baixo impacto ambiental e visual ao longo da sua extensão, e com custos operacionais  otimizados e muito mais previsíveis.

Ao selecionar a logística adequada para transportar um produto para o mercado é importante considerar os custos operacionais  nos custos totais de transporte. Geralmente, os maiores custos operacionais associado ao transporte de polpa por dutos está na energia consumida pelo sistema de bombeamento, seguido pelas peças de reposição e mão de obra. Além dos custos de operação (OpEx), os custos de implantação (CapEx) também devem ser considerados na definição da logística de um projeto. A escolha de um sistema de transporte com custo de capital relativamente baixo e custos operacionais elevados, mas que não possam aumentar o volume de transporte ao longo do tempo, pode ser oneroso ao negócio no futuro.

Consumo energético

O consumo total de energia de um duto é influenciado pela rota (alteração na topografia do terreno) e pela perda de carga na tubulação. Dependendo da rota, a gravidade pode proporcionar uma parcela substancial dessa energia para o transporte, resultando em demanda zero de energia de bombeamento.

O consumo de energia de um mineroduto normalmente representa entre 60 e 70% do custo operacional do sistema, mostrando assim a importância de ter um controle adequado deste insumo. Na região dos Andes, na América do Sul, onde o transporte de minério é iniciado a 3.000 a 4.000 metros de altitude e termina em regiões costeiras, ao nível do mar, pouquíssima ou quase nenhuma energia é necessária. No Brasil, a forma mais comum de consumo de energia é uma combinação da gravidade com o bombeamento; entretanto, uma parcela substancial da energia elétrica consumida no transporte por dutos é oriunda de usinas hidroelétricas, fonte renovável e de baixo custo.

A diferença nos custos de energia elétrica (trechos íngreme versus plano), demonstra a importância de se ter um controle adequado desse insumo. Nos ambientes físicos corretos, os dutos podem proporcionar uma alternativa de menor custo e mais correta ambientalmente, quando se comparado com os demais modais de transporte. Um mineroduto hipotético de minério de ferro fornece um caso prático de consumo de energia pontual.  Se um mineroduto iniciasse em algum local na região do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais e terminasse ao longo da costa sudeste do Brasil, qual seria o consumo de energia por tonelada de concentrado de minério ferro transportado? A resposta depende de vários fatores; entretanto, dada uma capacidade de transporte de 20 milhões de toneladas por ano, o consumo de energia para esse duto representaria aproximadamente US$0,55 por tonelada transportada, muito menos de $1 por tonelada.

Mão de Obra e Peças Sobressalentes

Os equipamentos utilizados em dutos são altamente operacionais: tipicamente, o consumo de peças sobressalentes cai abaixo da norma do setor mineral, em 3% do custo dos equipamentos. Além disso, a maior parte das peças é disponibilizada no mercado nacional, minimizando, consequentemente, a demanda internacional.

O transporte por dutos não exige grande contingente de pessoal. Durante a fase operacional do duto, é necessária uma equipe reduzida quando comparada a outros modais de transporte, resultando em economia significativa de custo. Por exemplo: um duto de grande extensão, com 500 km e duas estações de bombeamento demandaria cerca de 120 profissionais para operação.

Embora sejam necessários poucos trabalhadores para a operação de um duto, existe uma demanda específica de alguns especialistas, incluindo técnicos com experiência em hidráulica e em bombas. A manutenção das bombas de deslocamento positivo também requer treinamento especializado.

Engenharia e Manutenção

Ter o cuidado de selecionar uma empresa especializada com know how, um bom histórico de projetos executados e casos de sucesso em todas as áreas que envolvem o projeto, sem dúvida é a principal forma de mitigar o risco.  Na grande maioria das vezes, a economia no desenvolvimento de estudos de engenharia que normalmente custa de 4 a 5% do valor total de um empreendimento, pode custar mais caro mais tarde. A escolha de uma empresa não especializada, certamente levará a algum erro durante esse processo e o impacto será sentido diretamente no retorno financeiro do projeto. A economia na fase de engenharia não representa um valor significativo no investimento final, porém uma boa engenharia pode sim representar um excelente resultado ao modelo econômico-financeiro do projeto e as questões de sustentabilidade e meio ambiente. Se temos uma operação assistida bem executada e uma manutenção bem programada, os dutos podem ter um rendimento operacional na ordem de 98%.

Nenhuma outra alternativa de transporte consegue igualar a produtividade operacional de um sistema de transporte por dutos. Quando comparadas com outras opções de transporte, que possuem maiores custos e riscos operacionais, os dutos são a opção de transporte preferencial de muitos clientes. Com um bom motivo - sistemas de transporte por dutos estão operando no Brasil por mais de 35 anos com pouquíssimos relatos de acidentes.

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