OPINIÃO

OPINIÃO: Inovação & Mineração, um caminho para o futuro!

Leia um artigo exclusivo do advogado e geólogo Luis Maurício Azevedo, presidente da Associação Br...

Este artigo tem 8 anos. As imagens podem não ser exibidas.

Nesta semana estivemos no WMC, um evento mundial da mineração que aconteceu no Rio de Janeiro e cujo tema foi a MINERAÇÃO NO MUNDO DA INOVAÇÃO.

Para nós da mineração, "Inovação" é um termo aplicável à melhoria dos processos, às novidades do setor produtivo, quase sempre alcançado por meio de pesquisa ou investimentos que aumentem a eficiência da mineração.

Na chamada ao WMC, George Hemingway nos convidava a debater sobre Inovação, Futuro, Competitividade e Sustentabilidade, e nos provocava com uma frase de Winston Churchill: "Nunca desperdice uma grande crise".

Bem, passei dois dias no Congresso, assisti a um talk show sobre inovação, palestras, e discutimos bastante no hall sobre o tema, com amigos e com profissionais presentes, mas confesso que vi pouco de revolucionário ou inédito em inovação tecnológica, novas técnicas ou métodos propriamente inovadores de aproveitamento mineral ou de pesquisas.

Isto não é uma crítica, mas uma constatação. Ficou claro que a mineração não produziu um fato relevante e inovador nos últimos anos. Diferente, por exemplo, da Indústria Automobilística, com o carro autônomo; das Telecomunicações, com os óculos de realidade virtual; da Medicina, com os braços biônicos; da Indústria Aeroespacial, com o foguete reutilizável; da Computação, com impressoras 3D; do Setor Energético, com uso disseminado de gigantes painéis solares até em estradas autônomas; e até mesmo da Indústria do Entretenimento, com o Pokémon Go, uma febre entre as crianças.

Eu diria que a mineração até avançou sim, mas no campo do aperfeiçoamento, no uso mais racional dos recursos hídricos, mas nada impactante como foi a flotação em 1897, a cianetação em torno de 1910, e mesmo o bioleaching em 2004.

O que vi de fato mais inovador foi na apresentação do livro "Recursos Minerais no Brasil: problemas e desafios", na palestra "Mining and Amazon Forest: a link for the future", do meu amigo e antecessor na ABPM, Elmer Prata Salomão.

Na oportunidade, Elmer nos fez uma apresentação inicialmente até lúdica, nos recursos tecnológicos utilizando em seu powerpoint efeitos de uma abertura através de uma cortina virtual, parecia que estávamos num teatro. Mas aquele era apenas o começo do que Elmer nos convidava a discutir e participar, naquela que talvez seja a última grande aventura geológica nos trópicos, do desafio de "como minerar e preservar a Floresta Amazônica", um continente de quase 7 milhões de quilômetros quadrados, que engloba nove países, três línguas oficiais, 30.000 espécies conhecidas e 20.000 supostamente por descobrir.

De forma fascinante e apaixonada, Elmer enveredou pelas adversidades que estão diante de nós através da burocracia dos governos, ideologia das ONGs e desconfiança dos indígenas, e nos provou que, se quisermos preservar a Amazônia, a saída é a mineração.

Ele afirmou que a mineração e os ecologistas têm de parar suas disputas ideológicas, lembrar que podem trabalhar juntos e que nós somos apaixonados -como eles- pelas matas e queremos mantê-las de pé. De fato, somos, talvez, a única saída para o preservacionismo realmente sustentável. Podemos, sim, gerar recursos de forma maciça e impactarmos minimamente, trazendo melhoria na qualidade dos povos que lá habitam. Pois, sem dúvida, é injusto negarmos ao povo amazônico as benesses da tecnologia e o conforto do mundo moderno.

Como ele provou, o valor da produção mineral amazônica em 2013 foi de US$ 14 Bilhões (31,7% Brazilian Mineral Production), com 175M de toneladas + 391M de estéril, perfazendo um total de 566M de toneladas ou 277M³ que cabem em 544ha num pit de 50m", ou seja, cerca de 37 Maracanãs (14.500 metros quadrados).

Esta, sim, foi para mim uma INOVAÇÃO: convidarmos os ambientalistas e sociólogos a se juntarem a nós e propormos uma melhoria na vida do povo amazônico por meio da mineração.

Tomemos como exemplo o Pará, com 124 milhões de hectares e PIB próximo de US$ 20 Bilhões em 2016. Alguns podem ser contra abrirmos 40 Maracanãs no Pará e dobrarmos o PIB do Estado? Com esse acréscimo Pará passaria ocuparia o lugar de Santa Catarina em termos de PIB. E porque não 120 Maracanãs, podendo os paraenses chegarem à renda de Minas Gerais, com uma população 3 vezes menor! Alcançando assim, um IDH próximo ao de São Paulo, por no mínimo 20 anos!

Ninguém tinha até então nos convidado refletir sobre a mineração como uma saída para Amazônia, pois sempre ficamos perdidos tentando convencer os ambientalistas a nos "engolirem", como dizia Zagalo e, agora, Neymar. Obrigado, Elmer, e aproveito para convidar a todos que a este artigo leem, a também defenderem a mineração como um elemento de preservação, e nos juntarmos a Elmer na sua, de fato, ideia Inovadora de uma Mineração para o Futuro!

Luis Maurício Azevedo é presidente e fundador da ABPM, sócio da FFA Legal e diretor das mineradoras Avanco, Talon, Harvest e Five Star.

TÓPICOS: